Há cerca de 200 anos

A expedição (Viagem Filosófica) do naturalista Alexandre Rodrigues Ferreira cruzou a Amazónia, através das capitanias do Grão-Pará, Rio Negro, Mato Grosso e Cuiabá.


Legou-nos um importante espólio.


Esta viagem inscreve-se entre as mais ambiciosas expedições científicas realizadas sobre o Brasil.
 
 

O Museu Maynense da Academia das Ciências de Lisboa possui, entre outras, uma Coleção Etnográfica que guarda, a par do Museu de Ciência da Universidade de Coimbra, parte do material enviado por Alexandre Rodrigues Ferreira do Brasil para Lisboa, em finais do século XVIII, no decorrer da sua Viagem Filosófica.

A Viagem Filosófica teve início no reinado de D. Maria I, a mando de Martinho de Melo e Castro, Secretário dos Negócios da Marinha e Domínios Ultramarinos. De todos os milhares de exemplares naturais e etnográficos que Alexandre Rodrigues Ferreira enviou para a capital, resta-nos, sobretudo, o que se encontra no Museu de Coimbra e na Academia das Ciências de Lisboa.


 



Eis as categorias de espécimes que resultaram da viagem:

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Alexandre Rodrigues Ferreira

Na qualidade de naturalista de D. Maria I, Alexandre Rodrigues Ferreira, foi incumbido de realizar uma Viagem Filosófica pelas Capitanias do Grão-Pará, Rio Negro, Mato Grosso e Cuiabá no Brasil.

Em 1783, este naturalista deixou o seu cargo no Real Museu de Lisboa (Museu da Ajuda) para, em setembro, partir para o Brasil, com o objetivo de descrever, recolher, aprontar e remeter para Lisboa amostras de utensílios utilizados pela população local, bem como de minerais, plantas e animais. Alexandre ficou também encarregado de tecer comentários filosóficos e políticos sobre o que visse nos lugares por onde fosse passando.


Mapa do itinerário da Expedição de Alexandre Rodrigues Ferreira ao Brasil (1783-1792) In SIMON, William J., Scientific Expeditions in the Portuguese Overseas Territories (1783-1808), INIC, 1983

A Viagem

Com recursos precários, o naturalista Alexandre Rodrigues Ferreira era acompanhado, nesta viagem, por dois desenhadores ou ‘riscadores’, José Codina e José Joaquim Freire, e um jardineiro botânico, Agostinho do Cabo.

Em outubro de 1783, aportou em Belém do Pará, tendo os nove anos seguintes sido dedicados a percorrer o centro-norte do Brasil, a partir da ilha de  Cametá. Subiu o rio Amazonas e o rio Negro até à fronteira com as terras espanholas, navegou pelo rio Branco até à serra de Cananauaru. Subiu o rio Madeira e o rio Guaporé até Vila Bela da Santíssima Trindade, à data capital do Mato Grosso, de onde seguiu para a vila de Cuiabá.

Voltou a Belém do Pará em janeiro de 1792 após ter percorrido as capitanias do Grão-Pará, Rio Negro, Mato Grosso e Cuiabá de 1783 a 1792.







Foi a viagem científica mais importante durante o período colonial.