Galeria
COLEÇÃO ZOOLÓGICA
A expedição científica (1783-1792) de Alexandre Rodrigues Ferreira não se limitou ao estudo dos povos nativos do Brasil. Visava também o estudo da fauna e da flora.
Em 1836, a Academia das Ciências recebeu ainda a coleção do Museu Real da Ajuda (coleção do Rei de Portugal). Ambas permaneceram na ACL até 1858, quando a maior parte foi transferida para a Escola Politécnica (atual Museu Nacional de História Natural e da Ciência), onde foram afetadas por um incêndio em 1978.
Provavelmente utilizados nas aulas de zoologia da ACL (Instituto Maynense), os espécimes em exposição são dos poucos que não foram transferidos para a Escola Politécnica, constituindo autênticas relíquias das coleções perdidas.
GUARUBA / ARARAJUBA
Guaruba guarouba. Arara do norte do Brasil em perigo de extinção.
Em 1808, este espécime foi requisitado pelo Muséum National d’Histoire Naturelle, Paris, e em 1855, oferecido a D. Pedro V, retorna a Portugal. Utilizado pelo Instituto Maynense nas aulas de História Natural.
A Ararajuba (Guaruba guarouba) é uma espécie endémica do Brasil, distribuindo-se desde o oeste do Maranhão ao sudeste do Amazonas, e sempre ao sul do Rio Amazonas e leste do Rio Madeira.
O seu nome deriva do (tupi) guarajúba = pássaro amarelado; guará = vermelho e jubá = amarelo; e guarouba = sinónimo de guarajuba e de guaruba. ⇒ Pássaro amarelo
Do ponto de vista de conservação, esta espécie é considerada vulnerável.
CUTIA
Dasyprocta cf. azarae: Mamífero roedor do Brasil Provavelmente utilizado pelo Instituto Maynense nas aulas de História Natural.
A CUTIA (Dasyprocta cf. azarae) habita florestas pluviais (Amazónia e Floresta Atlântica). Alimenta-se de raízes, frutos e sementes que caem no solo. Abriga-se em tocas, em árvores ocas ou raízes caídas no solo.
A desflorestação é uma das principais ameaças à sobrevivência desta espécie, que em termos de conservação se apresenta em estado vulnerável.
TÉIU-BRANCO / LAGARTO OVEIRO
Tupinambis teguixin: É o maior lagarto omnívoro do Brasil, podendo atingir dois metros de comprimento. Provavelmente utilizado pelo Instituto Maynense nas aulas de História Natural.
LAGARTO OVEIRO – ACL-ZOO-0042
O Teiú (Tupinambis teguixin, Tupinambis merianae ou Salvator merianae) — também chamado teiú-branco, ou ainda tiú, teiuaçu, tejuguaçu, teju, tejo, teiú-açu, tiju, tejuaçu ou teiú-brasileiro — é o maior e mais comum lagarto no Brasil, encontrando-se desde o sul da Amazónia até o norte da Argentina.
Este animal, quando encontrado no seu habitat natural, é agressivo e voraz. Quando atacado, primeiro tenta fugir mas, se não consegue, defende-se desferindo golpes violentos com a cauda. Do ponto de vista de conservação está listado como pouco preocupante.
TATU
Os tatus são membros da ordem cingulata, do latim cingulum, que significa “cintados”. Esse termo é alusivo às “cintas” que são as dobras da carapaça dos tatus.
A alimentação de um tatu consiste, principalmente, em pequenos insetos (formigas, cupins, besouros) e suas larvas. Também comem pequenos invertebrados, raízes, alguns vegetais e frutos. Em termos de conservação esta espécie é pouco preocupante.
Desenho de Tatu-verdadeiro in FERREIRA, Alexandre Rodrigues, Viagem ao Brasil, Volume I, Kapa Editorial, 2002.
Este desenho, elaborado pelos “riscadores” da expedição, Joaquim José Codina e José Joachim Freire, está inacabado, conforme demonstram vários pormenores do fundo. A folha possui anotação a lápis (“Tatú”) bastante apagada. O nome tatu vem do tupi guarani ta’tu, cujas raízes etimológicas ta = carapaça e tu = encorpado, ou seja, um animal encorpado e com carapaça.
Representa um exemplar de Tatu-galinha ou Tatu-verdadeiro (Dasypus novemcinctus) guarnecido pelo seu casco ósseo desde a testa até ao focinho, sendo composto por peças irregulares, que guarnecem o vértice, a nuca, o pescoço, o dorso e a cauda.